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sexta-feira, 9 de agosto de 2019

A exponencial descida do ego



  Estes são tempos aparentemente tenebrosos. As pessoas em todos os lugares parecem que perderam o endereço da mínima sanidade mental e espiritual. Desfilam com os mais caros bens materiais e são empobrecidas do mais básico: deles mesmos.
  Mas a verdade é que nunca houve tanto progresso material e amor...todavia jamais houve um fomento marketeiro tão acachapante de superficialidade emocional como hoje Seguimos com os carros de nossas vidas por estradas perfeitamente planas, mas mantendo uma distância fria e segura de todos os outros motoristas. Zero contato com quem quer que seja.
   Desta forma, cercada por um palácio de confortos, os seres humanos cada vez mais atravessam o pórtico do suicídio, que parece fazer brilhar com luzes de neon a frase dantesca "Entrai aqui todos que perderam a esperança"
    Por quê perdemos a esperança ? O Livro dos Espíritos de Allan Kardec explana que o desgosto da vida têm três motivos: Ociosidade, falta de fé e saciedade
     Os ociosos que parecem possuir tudo de que precisam não ´possuem nada para fazer. Sem fé num poder superior ou num sentido maior para a vida, procuram preencher o vazio existencial no buraco negro dos vícios e prazeres de todo tipo. Quando nada disso funciona e o horror interior parece se expandir infinitamente, ceifam a própria vida, anelando a aniquilação de seus sofrimentos atrozes.
       Porém a verdade é que estas pessoas se matam por duas razões mais simples. Napoleon Hill em seu livro Mais Esperto Que o Diabo nos fala num diálogo metafórico com a figura de Satanás,revivendo o lendário diálogo literário de Doutor Fausto com o demônio Mefistófoles do escritor alemão Goethe. que as principais armas deste para dominar a humanidade são o medo e a alienação.
      Ele está certo. O medo do nada, de morrer, de envelhecer, de sentir dor, de ser traído, de errar, de viver, de ser abandonado, rejeitado, empobrecido, leva a as pessoas a reclusão, a diluírem seus vínculos umas com as outras, a autistisarem suas interações sociais através da tecnologia para não correrem o risco de ter seus frágeis egos feridos.
      Daí o fantasma da alienação chega. Porque quem não vive a experiência da vida em sua plenitude acaba se perdendo nas experiências mais diabólicas de suas próprias sinapses neurais adoentadas. E aí funciona o velho adágio popular : cabeça vazia, oficina do diabo. E o Diabo, quem quer que ele seja ou não seja, exista ou não exista quer mais é que todos morram, ou sofram. Pra isso, semeia medo e alienação na mente dos incautos, que sem nada pra fazer, não acreditando em nada e não se saciando com nada, buscam se matar para virar...nada
      Quantos de nós já não sofremos tanto que dizemos para nós mesmos "ah se eu pudesse morrer só por um mês e depois acordar !!!" A verdade é que estamos cheios de tudo, mas principalmente de saco cheio de nós mesmos
        Como solucionar este impasse ? Começarei a responder em 3 versos

Contra o ócio que destrói, o trabalho que constrói
Contra o medo que paralisa, a coragem que sinaliza
Um caminho só de fé, e de serviço de vida

               E qual é nosso sentido de vida ? Usar nossas vocações para a nossa cura que  está no outro, como está magistralmente exposto na Bíblia no livro de Isaías capítulo 58. A nossa cura está no próximo que sofre mais do que nós. E sempre haverá esse próximo que constringirá as fibras mais íntimas de nossa Atma e nos empurrará para fora do medo, da alienação, da ociosidade, descrença, saciedade e de todas as armadilhas físicas e metafísicas do mal para se alegrar auxiliando o outro a ver sua vida sob um novo prisma.
                    Apenas assim,  se eclipsando para servir ao outro, tanto o presidente da nação mais poderosa, o CEO da maior multinacional, o miserável catador de lixo e cada um de nós encontrará tudo de que precisam para produzir a poderosa serotonina do Altruísmo , que nem mesmo o mais moderno e potente dos antidepressivos é capaz de nos proporcionar.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

AMOR INCONDICIONAL

" Se conhecêssemos a real intenção de nossos mais nobres atos, ficaríamos horrorizados"  La Rouchfoulcault


 A frase aparentemente pessimista deste grande escritor francês enseja importantes reflexão acerca de nosso próprio auto-conhecimento e evolução espiritual. Após a maioria de nós, do movimento espírita, termos saído da inércia da neutralidade diante de nossas mazelas morais e do sofrimento do mundo, buscamos através dos atos de caridade a válvula de escape para nossas culpas e cobranças oriundas de andanças equivocadas do passado. 
 Porém, como ainda é natural, o peso da escuridão de nossas almas obnubila os horizontes verdadeiros de bem-aventurança, que advém do amor incondicional que nos faz ver o outro como irmão e lhes estender as mãos em auxílio nos momentos de dificuldade, sem considerar gratidão o recompensa.Em nosso caso, o amor anda atrelado ao apego, o desinteresse é perseguido pelo desejo de vantagens materiais efêmeras e homenagens ao ego transitório, que ainda deseja dominar, aparecer, ostentar. Neste ponto, a suprema alegria do Bem perde espaço para a satisfação superficial da personalidade que consegue uns poucos momentos de evidência.
  Nesta postura tudo vai bem até a homenagem esperada não vir, ou a gratidão almejada não aparecer, ou a recompensa ocultamente desejada ser menos opulenta. Neste ponto, quando o amor não é desapegado, se transforma em algema de angústia, raiva, ansiedade e tantas outras emoções negativas que transformam nosso' ato caridoso" em tortura moral, e nesse diapasão, muitos desistem de fazer o bem, alegando a indiferença e a ingratidão dos demais. Nesse ponto há de se perguntar: por onde andam as nossas intenções ?
 Que fazer ? A resposta se encontra mais perto de nós do que pensamos, por estar em nós mesmos, ou melhor, por SER NÓS MESMOS. Aquele que se ama em plenitude, se vendo como perfeita manifestação de Deus, o Amor Eterno, não se agasta por não receber nada de ninguém, porque tem perfeita consciência de que tudo que necessita já está dentro dele mesmo, alimentando-o constantemente de transcendental felicidade e amor. Por esta razão, suas intenções sempre serão puras, porque livres de qualquer conteúdo egotista e orgulhoso.
Muitas vezes a ingratidão dói, mas o amor de Deus a tudo cura, e mesmo aquele que no momento não nos pode compreender, no futuro, a semelhança do filho pródigo cansado das ilusões dos prazeres irresponsáveis, voltará ao aconchego dos corações daqueles que os ama verdadeiramente.

  

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

TRABALHADORES ESPÍRITAS PRETENSIOSOS

" Eu plantei, Apolo regou e Deus deu crescimento " Paulo de Tarso


 Na seara de trabalhos espíritas, nunca nos devemos esquecer de que somos intermediários da Vontade Divina, que rege com perfeição a orquestra magistral da vida no Universo. No entanto, muitos discípulos não compreendem essa luminosa verdade e acabam se perdendo em diversas competições sem sentido. Ainda movidas pelo ego desejoso dos aplausos do mundo, pretendem assumir a "melhor parte" dos labores espíritas, se arvorando em donos dos trabalhos. Desta forma, consegue os "melhores cargos" as "posições de  destaque" e a "autoridade de legislar" sobre espiritismo, como se o sublime Consolador Prometido necessitasse de juízes executores de seus preceitos.
  Assim,muitos espíritas acabam disputando honras efêmeras dentre as pessoas que deveriam beneficiar com a caridade cristã . O objetivo da caridade se perde em detrimento do orgulho em exibir discutível cultura e erudição espiritistas, para encantamento daqueles que matam o espírito, valorizando a letra.
 As consequências podemos ver aí, em nosso movimento espírita: práticas esdrúxulas, politicagem desenfreada, falta de ética, frieza no acolhimento as pessoas, valorização de cargos e títulos acadêmicos e coquistas pecuniárias., coisas essas que colocam em risco a credibilidade de nossa religião, pela inépcia moral de seus representantes, que procuram reproduzir de forma lamentável seu passado reencarnatório eivado de erros grotescos em posições de poder e riqueza.
 É imperioso que nos conscientizemos de que o espiritismo não possui dono nem representante maior. Que ninguém tem o direito de determinar o que o outro deve ou não fazer. Que posições e cargos doutrinários são fichas dadas a trabalhadores que detêm  grande responsabilidade sobre a condução de almas que no pretérito desviaram do aprisco do Pai, e não plataformas de exibição da personalidade impermanente que morrerá com o túmulo. Aprendamos a desenvolver o trabalho espírita, com amor, humildade,  acolhimento aos sofredores, paciência, fraternidade e tantas outras virtudes que sempre caem esquecidas no abismo dos interesses mesquinhos do mundo
 Lembremos que muito de nós podemos plantar e regar as sementes do Bem no coração das almas, mas apenas Deus tem o condão de proporcionar o crescimento destas sementes em flores de redenção e frutos de felicidade imortal.Portanto,  se quisermos ser felizes, aprendamos e negar a nós mesmos em favor do Cristo e de nossos irmãos em caminhada evolutiva.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

BREVE REFLEXÃO SOBRE O FUTURO

Queria saber meu futuro.Mas que futuro é esse ? O deserto sem vida do eremita que caminha sozinho sem rumo pelas areias   ? Ou Linha de chegada da multidão que corre incessante para um destino desconhecido e brilhante ?  A vida flui como um rio caudaloso, e o futuro desemboca na praia de nossos anseios. Que anseios ? Anseios divinos fomentam ondas de crianças que harmonizam e conduzem ao reino de Deus Anseios puramente humanos engendram tsunamis destruidoras que nos arrastam as furnas do sofrimento e do remorso. Em qual praia desejamos desembocar ao final dessa breve excursão na correnteza desta existência ?

sábado, 22 de outubro de 2011

DROGAS NA JUVENTUDE, COMO EVITAR ?

A questão das drogas deve ser observada com muita atenção por todos os setores da sociedade nos dias atuais. Uma importante justificativa para isso são os resultados de estudos feitos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), que foram reunidos em um livro intitulado Drogas na Escola, que  foi lançado no dia 11 de novembro de 2002, em Brasília. Para elaborar esses estudos, a UNESCO entrevistou 50.049 alunos de escolas públicas e privadas de ensino fundamental e ensino médio em todo o Brasil. A amostra de alunos foi baseada em probabilidades, de modo que as deduções resultantes da pesquisa pudessem ser generalizadas para o universo de estudantes das 14 maiores capitais brasileiras, o que equivale a um total de 4.663.301 alunos.
Nestas entrevistas foi constatado que um grande número de jovens hoje em dia consome com certo grau de regularidade algum tipo de droga, lícita ou ilícita . Qual será o motivo de tantos adolescentes porem em risco suas vidas para irem em busca dessas substâncias que, embora inicialmente lhes proporcionem sensações de prazer, com o passar do tempo acabam se tornando a causa de tantos sofrimentos para eles?
Muitas razões são mencionadas: curiosidade, rebeldia, necessidade de auto-afirmação, etc. Todas estas causas são válidas, mas não são as mais importantes. O Espiritismo nos fornece explicações simples e claras para compreendermos esta questão.
Recorremos a Joanna de Ângelis, que no seu livro Adolescência e Vida1, no capitulo “O Adolescente e o Problema das Drogas” (pág. 122 a 126), destaca como um dos principais motivos do jovem se viciar a rejeição que este sofre por parte da família, que não supre as suas necessidades afetivas e muitas vezes o incentiva a buscar substâncias químicas a fim de superar as dificuldades da vida e resolver seus conflitos interiores. Afirma Joanna que os pais, "demonstrando incapacidade para suportar esses problemas sem a ajuda de químicos ingeridos, abrem espaço na mente da prole, para que, ante dificuldades, fuja para os recantos da cultura das drogas que permanece em voga".
Neste mesmo capítulo, Joanna nos alerta que o destino final desses jovens que fazem uso de drogas é muito triste, caso não se livrem do vício a tempo. Afirma ela que "Todas estas drogas tornam-se convites-soluções para os jovens desequipados de discernimento, que se lhes entregam inermes, tombando quase irremissivelmente nos seus vapores venenosos e destruidores", o que significa que a ilusão daquele que usa drogas, procurando obter com elas uma fuga da realidade, acaba conduzido-o a uma situação muito mais difícil do que a que vivenciava antes de começar a fazer uso dos tóxicos.
São muitos os prejuízos que as drogas acarretam às pessoas que as usam. As emanações perniciosas provenientes dessas substâncias tóxicas, legais e ilegais, desarmonizam os chakras, que são centros vitais através dos quais o espírito, utilizando um envoltório fluídico que o reveste e que serve de intermediário entre ele e o corpo físico, envoltório esse chamado perispírito, distribui pelo nosso corpo físico as energias necessárias ao seu bom funcionamento. Mais informações sobre esses centros vitais podem ser encontradas no livro Entre a Terra e o Céu, do espírito André Luiz, nas páginas 126 a 128. Os desequilíbrios desses chakras acabarão se refletindo em nosso organismo como na forma de distúrbios de natureza variada, pois todo mal físico tem sua origem no espírito imortal. Joanna de Ângelis em seu livro Autodescobrimento3, confirma essa informação quando diz, na página 38, que "Na raiz, portanto de qualquer enfermidade, encontra-se a distonia do espírito".
Estes distúrbios podem, por exemplo, atingir os pulmões daquele que fez uso do cigarro, o fígado do que abusou das bebidas alcoólicas e o sistema nervoso do usuário de cocaína. E se o espírito após desencarnar não melhorar seu estado mental e permanecer com a mente fixada nos tóxicos, as desarmonias em seus centros vitais terão reflexo no corpo físico que terá de usar em sua próxima encarnação. Esses reflexos se farão perceber no corpo carnal através de deformidades corporais ou de moléstias congênitas ou hereditárias. Este fato é mais uma prova de que sempre estaremos ligados às conseqüências boas ou ruins de nossos atos passados.
O vício das drogas também expõe quem as usa ao assédio de entidades espirituais inferiores. O espírito quando desencarna leva para o mundo espiritual todos os hábitos por ele cultivados na Terra. Então, se encarnado ele usava tóxicos, ao desencarnar, não procurando se desprender do vício, ele continuará a sentir dentro de si a necessidade de consumir esses mesmos tóxicos, mesmo estando sem seu corpo de carne. Para satisfazer esse seu desejo, ele voltará a Terra em busca de encarnados que façam uso de drogas e quando encontra algum viciado ele o submeterá a um processo obsessivo denominado vampirismo, que consiste em o espírito acoplar-se ao perispírito do encarnado e sugar as energias vitais de seus chakras.
Esse procedimento obsessivo em longo prazo resulta na desarmonização e desvitalização de seus centros vitais, dando origem a enfermidades físicas e mentais graves. E, após desencarnar, aquele que quando encarnado tinha suas energias sugadas, conservando-se viciado depois de desencarnar, passará a sorver as energias de outra pessoa consumidora de drogas, fazendo com que ela siga o mesmo caminho que ele seguiu, caso essa pessoa não altere o seu comportamento equivocado.
Diante destes quadros dolorosos, pergunta-se: Como evitar que as drogas nos dominem? Diversas sugestões já foram dadas para solucionar esse preocupante problema, sugestões essas que, embora respeitáveis, apresentam diversas falhas. A doutrina Espírita, novamente através de Joanna de Ângelis, em Adolescência e Vida (Pág. 125-126), nos apresenta a melhor das soluções. Diz ela que: “Em todo esse conflito e fuga pelas drogas, o amor desempenha papel fundamental, seja no lar, na escola, no grupo social, no trabalho, em toda parte, para evitar ou corrigir o seu uso ou o comportamento negativo”.
Não há dúvida de que, na prevenção e no combate as drogas, a terapia do amor será sempre a mais eficaz. Na família, essa terapia deve ser exercida pela atenção e carinho que os pais devem sempre dispensar a seus filhos, atendendo-os nas suas necessidades emocionais e educando-os dentro dos princípios do evangelho. Os pais também devem dar aos filhos informações sobre as drogas, informando-os das implicações que seu consumo traz para quem as usa. Os centros espíritas também devem contribuir para a resolução desta problemática, desenvolvendo atividades de evangelização infanto-juvenil em suas dependências, atividades essas que auxiliarão os pais a informar os filhos sobre os malefícios das drogas e a implantar em seus jovens corações as virtudes evangélicas, defesas seguras contra qualquer tipo de mal.
E aquele que está tentando se livrar do vício das drogas encontrará no Espiritismo valiosos auxiliares, como os tratamentos pelo passe e pela água fluidificada, que o ajudarão a harmonizar os seus chakras, eliminando deles as vibrações deletérias resultantes do uso dos tóxicos. Além disso, através das reuniões de desobsessão, se houver algum espírito que o esteja estimulando a consumir drogas, este será esclarecido sobre sua conduta errada e do mal que o atingirá se não mudar de atitude e concluir por si mesmo que é melhor deixar sua vítima e buscar sua própria reabilitação.
Lembramos, porém, que a reforma íntima e a vontade firme de largar esse doloroso vício são os mais importantes instrumentos para se atingir a vitória nesta difícil batalha, pois os bons espíritos sempre estarão ao lado de todo aquele que realmente almeja libertar-se dos tóxicos e evoluir espiritualmente. E garantimos que não há nenhuma droga no mundo que nos proporcionará a alegria de saber que sempre estaremos envolvidos pelo infinito amor de Deus, nosso Pai.

RIE, MATÃO, JANEIRO 2003

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Educando o Amanhã


Educação Infantil

   Uma das mais relevantes questões dos dias contemporâneos, a educação da criança sempre mereceu de inúmeros profissionais tanto da área pedagógica como do campo da psicologia infantil uma atenção especial. Inúmeros especialistas têm doado as suas melhores forças no intuito de idealizar uma filosofia educacional que possa atender de forma plena a todas as necessidades emocionais do ser em formação da personalidade e propiciar-lhe o sustentamento intelecto-moral, para que possa tornar-se um cidadão pleno, consciente de seus direitos e de seus deveres para com a sociedade.
    Inúmeras obras e tratados já foram escritos, nunca em nenhuma época se realizaram tantos congressos, simpósios e encontros para discutir a educação infantil em suas várias facetas. Porém, nota-se que, a cada dia que passa, todos os preceitos para uma educação saudável são destruídos pelos conceitos de um hedonismo exacerbado que hoje predomina em a sociedade.
    A filosofia hedonista foi pela primeira vez idealizada por Aristipo de Cirene, discípulo de Sócrates, no século V antes de cristo. A palavra hedonismo se deriva da palavra grega hedone, que significa prazer. Então, o hedonismo se caracteriza por uma filosofia de vida cujo objetivo primacial seria a busca do prazer individual pelo ser humano.
    Porém, apenas o conceito genérico do hedonismo não é suficiente para explicá-lo de forma completa. Isso ocorre porque o significado de prazer pode ser desdobrado de diversas formas.
    O que é prazer, afinal? Genericamente, pode-se dizer que tudo aquilo que é bom dá prazer. Mas será que é só isso?
    Na sociedade atual podemos perceber que o prazer que é sempre buscado é o prazer imediato, aquele que não necessita de nenhum esforço para ser conseguido, que satisfaz de forma rápida. Seria o prazer sexual, o prazer de ter sempre aquilo que se deseja sempre, o prazer do estômago abarrotado, o prazer do repouso longo, o prazer do vício. Então, pela teoria hedonista, a problemática humana estaria resolvida no sentido de doar-se de forma integral a esses prazeres, encarcerando-se os homens na jaula das sensações.
    Porém, o que vemos é que essa forma de vida não trouxe ao homem a felicidade que a filosofia hedonista pregava. Os prazeres aos quais se entrega geralmente têm duração curta e, quando se exaurem, criam-se anseios por atingir um patamar mais elevado desse prazer. Com isso, há uma entrega total e irrestrita a sensação que causa prazer, só que essa busca se revela nula, pois não se consegue atingir a felicidade almejada, pois esses prazeres apenas criam vontade de sentir algo mais que aquele prazer não pode dar. Com isso, o homem cai em comportamentos depressivos e neurotizantes que lhes destrói a vida e todas as aspirações de progresso, já que busca algo que não existe.
    É como se fosse a sede da água do mar. Pode-se bebê-la em abundância, porém, como está repleta de cloreto de sódio, quanto mais se consome, mais sede ela causa, pois a pessoa que a bebe não consegue atingir o seu objetivo, que é saciar a sua sede. A permanecer nesse ato, apenas aumentará a sede, o que lhe fará beber mais da água salgada e sentir mais sede. E seu martírio jamais cessará.
    Então, onde está a felicidade proporcionada pelo prazer que o hedonismo prega ? Simples. O prazer não se resume apenas as manifestações fisiológicas, efêmeras que não plenificam. O prazer se encontra na emoção profunda do ser. A emoção que alguém sente ao ler o lindo Soneto da Fidelidade, do grande Vinícius de Morais.A sensação de tranqüilidade quando ouvimos A linda Moonlight sonate, de Beethoven. A boa sensação de ler uma obra de Machado de Assis. E o prazer sentido em ajudar alguém, em ver alguém que gostamos muito galgando os degraus altos do sucesso, o prazer de ver alguém que amamos chegar perto de nós. E quantos outros poderíamos citar !
    Esses prazeres são o motivo da vida, é por eles que devemos procurar sempre e não o prazer da sensação que proporciona minutos de felicidade mas períodos longos de amargura, nesta vida e na outra.
    Agora é justo que os leitores perguntem o que isso tem a ver com a educação infantil.
    Tudo a ver. Sabemos que no período da infância o espírito está iniciando o trabalho de reencarnação e por isso possui o cérebro muito sensível, guardando nele as impressões que lhe são incutidas pelos pais e pela sociedade. Por isso, quando vemos que os projetos educacionais estão voltados para preparar o ser para viver no mundo alucinante das sensações desordenadas, é óbvio que se aposse de todos os pais interessados na felicidade dos filhos uma preocupação natural.
    Vemos que a criança só é educada para entender o seu corpo de forma superficial e para encaixar-se na sociedade como um elemento a mais, sem consciência do que pode lhe fazer mal ou bem, sem saber que valores preservar e quais aqueles que devem ser abandonados. Com isso, quando adolescente, não sabe administrar as mudanças que se operam em sua psicologia e, aturdidas pela irrupção vulcânica dos conteúdos liberados pelo inconsciente, se atordoa e, não raro , se entrega ao culto do prazer alucinante, pois não tem estrutura para aspirar algo mais sublime, por não ter conhecimento sobre os intricados mecanismos que lhe regem a maquinaria orgânica.
    Com isso, vemos que e filosofia educacional hodierna precisa ser modificada. Para isso precisamos de um conjunto de idéias que nos auxilie a educar os pequeninos visando a felicidade plena destes.
    Nesse momento surge a doutrina espírita para nos ajudar, e dizer-nos, que devemos enxergar o educando de forma integral, não apenas o corpo físico, mas também como realidade espiritual. Deve-se ensiná-la, desde pequena, os ensinamentos do evangelho, o maior código moral que a humanidade tomou conhecimento até hoje. Daí a necessidade da evangelização infantil, como meio de propiciar a criança bases sólidas de comportamento e uma visão otimista da realidade. E, com o auxílio dos pais, que devem exemplificar para os filhos como se deve viver de acordo com que ensina o evangelho, chegará a adolescência sabendo que direcionamento deve empregar a sua vida, saberá o que veio fazer na terra, aceitar os problemas e, como foi educada em bases de amor, não precisará recorrer ao tabagismo, ao álcool, às drogas, ao sexo desvairado para encontrar felicidade. Pelo contrário, canalizará suas energias para as expressões celestiais da vida, pois saberá conquistar a verdadeira felicidade, perseverando sempre, lutando para domar as más inclinações e progredir sempre.
    Portanto, é papel dos pais, dos evangelizadores e de todos os profissionais da área infantil ensinar as nossas crianças o caminho da ventura, impedindo que ela caia nos abismos da ilusão e que, quando adulta, possa caminhar com segurança rumo a Jesus.

–FAZENDO ARTE COM O EVANGELHO





  Há muitas maneiras de fazer arte na vida. Alguns se tornam artesãos da existência com a sombra da alma, outros com a luz do coração. E nós, como queremos fazer arte ? Fazemos suficientes artes ? Parece que sempre imitamos o servo negligente e enterramos o talento de nossa arte no solo de nossos medos. Por quê ? Não achamos que o mundo se adaptará ao nosso lado artista ? Achamos que nossas sementes arteiras cairão no meio da estrada e serão devorados ? Ou baterão nas pedras da indiferença ? Ou sufocados pelas espinhos da incompreensão ? Mas o que importa ? Lembremos que muitos artistas fizeram a diferença no mundo em todas as épocas, levando mais beleza e sublimidade ao mundo, e outros continuarão a florescer dentro daqueles que também querem plantar arte positivamente por aí, cativando e esclarecendo.é isso é fazer arte verdadeiramente ! É fazer arte com o evangelho !